Ingestão de alimentos, digestão e metabolismo.
Todos os animais precisam de matéria- prima e energia para crescimento, manutenção e reprodução. É usada no metabolismo proveniente do alimento, mas o que realmente constitui um item alimentar varia muito entre animais, desde moléculas individuais absorvidas através da superfície corpórea até presas vivas deglutidas inteiras. O alimento serve como fonte de energia para processos dinâmicos, tais como movimento e metabolismo.
A maioria dos animais ocupa grande parte do comportamento alimentar na obtenção de comida, em quantidade e
qualidade adequadas. Os herbívoros frequentemente tem parte da boca, especializados para a ingestão de plantas. Herbívoros vertebrados tem placas ósseas ou dente primariamente na forma de molares, com grande superfícies achatadas modificadas para moer material de plantas. As plantas, especialmente algumas pastagens, contem quantidades relativamente grandes de silicatos e podem ser tremendamente a abrasivas, consequentemente os molares dos herbívoros são recobertos por uma capa especialmente dura para resistir ao desgaste.
Dentes presentes em ruminantes
O processo de apreensão dos alimentos varia de acordo com a espécie de animal. Em bovinos, a língua móvel é o órgão de apreensão. Os alimentos introduzidos na boca são cortados pelos dentes incisivos contra o palato duro superior.
O processo de mastigação reduz o tamanho dos componentes da alimentação a partículas menores e mistura com a saliva. São realizadas duas mastigações, uma rápida que tritura o alimento para ser deglutido, e outra que ocorre após regurgitação (mais eficiente e demorada).
Veremos a seguir os principais elementos envolvidos no processo de digestão dos ruminantes e suas características:
Na boca encontra-se a saliva. É um liquido incolor, inodoro rico em sais inorgânicos (Na, K, Cl, Ca, PO4, e SO4), amônia, ureia, albumina, globulinas e glicoproteínas.
Existem dois tipos de células secretoras nas glândulas salivares que secretam saliva em diferentes composições
Serosa: (células serosas) composta de eletrólitos e água.
Mucosa: (células mucosas) alto teor de mucina (constituinte do muco) poucos eletrólitos e água.
Ainda podemos encontrar um tipo de Saliva mista que é uma mistura de secreção de ambas as células.
O próximo passo do alimento, após ser triturado na boca, é a deglutição definida como a passagem do alimento da boca ao estômago através do esôfago.
O processo de digestão continua no Retículo que tem a função de movimentar o alimento para o rúmen ou para o omaso ou de volta a boca no processo de regurgitação da ingesta para ruminação. O retículo também atua na expulsão dos gases (eructação).
O rúmen é o maior compartimento do trato gastrintestinal e é o local onde ocorre o armazenamento, mistura e divisão física das partículas ingeridas. Em função de suas condições de umidade e temperatura (de 38 a 42o C esse compartimento é o local ideal para presença de micro-organismos).
No Omaso ocorre á absorção de água e ácidos graxos e daí o alimento passa para o abomaso que possui forma alongada e é considerado o estomago verdadeiro em função de ser a única região na qual ocorre secreção de suco gástrico, e, dessa forma, é o local onde ocorre a digestão propriamente dita.
De maneira geral podemos dividir o processo de digestão nos ruminantes nos seguintes passos:
O alimento é mastigado e enviado ao rúmen-retículo. A nomenclatura rúmen-retículo deve-se ao fato de que o alimento ingerido circula em ambos indistintamente e que ambos têm função semelhante.
Depois o alimento é regurgitado retornando à boca.
O alimento é novamente mastigado e deglutido indo em direção ao omaso, onde se inicia o processo de absorção, e abomaso onde secreção gástrica provocará a digestão dos microorganismos.
É importante considerar a relação de simbiose existente entre os microrganismos (bactérias, fungos e protozoários) que são responsáveis pela digestão fermentativa. Esses micro-organismos possuem um sistema enzimático que permite ao hospedeiro (ruminante) ter acesso à energia contida nos constituintes da parede celular das plantas. Além disso, esses micro-organismos são utilizados, na sua passagem para o abomaso, parte dos elementos nutricionais ao ruminante.
Dessa forma, é importante que a alimentação de um ruminante considere não apenas o potencial nutricional do alimento, como também seu potencial de manter e a microbiota ruminal. Dentre as bactérias encontradas no rumem podemos citar as digestoras de celulose, de amido, de lipídeos, de proteínas e as que produzem metano.
Sistema digestório dos ruminantes
Fonte:http://4.bp.blogspot.com/EeaucTIjGFQ/U7_pinIKrmI/AAAAAAAAANQ/NdL8o8xU4yw/s1600/RUMINANTES.png
Fonte: RANDALL, David J. Eckert Fisiologia Animal: mecanismos e adaptações. 4 Ed.
http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/seminarios/seminario_ruminantes.pdf