Um mosquito versátil
Diversas
atividades biológicas dos seres vivos envolvem reações químicas, térmicas,
elétricas, mecânica e luminosas. Em vertebrados, os efeitos bioelétricos podem
exercer uma função central e são observadas em três tecidos: neural, muscular e
endócrino.
As
células excitáveis são aquelas capazes de gerar e conduzir potenciais de ação,
este é um evento de natureza elétrica que se inicia no ponto em que a célula é
estimulada, se estende por toda a célula, podendo se propagar também para
células vizinhas. As células excitáveis são células que processam as
informações recebidos através, principalmente de suas membranas. A membrana
plasmática apresenta um modelo denominado mosaico fluido, onde estão presentes
os lipídios e as proteínas de membrana. Apesar da estabilidade estrutural das
membranas em duas camadas lipídicas, todos os lipídios são livres para
deslocar- se lateralmente.
O
potencial de ação é a maneira pela qual as informações são transmitidas pelo
sistema nervoso. Tanto no meio extracelular quanto no meio intracelular há a
disponibilidade de íons móveis, que dependem da existência de canais
transmembrana específicos para circular entre o meio externo e interno.
Macromoléculas eletricamente carregadas, contudo, predominam apenas no interior
das células, como é o caso das proteínas aniônicas, incapazes de atravessar a
membrana. Nas células apenas o K+ é permeável através da membrana, geralmente
saindo da célula, seguindo seu gradiente de concentração. As células excitáveis
são caracterizadas primariamente por serem permeáveis a mais de um íon. Nelas,
além do K+, também o Na+ e o Cl- passam pela membrana através de canais
seletivos próprios para cada tipo. O que vai diferenciá-los é apenas a taxa de
vazamento que cada íon exibirá, ou seja, sua permeabilidade, fator que é
determinado pelo número de canais disponíveis: quanto mais portas de
saída, mais “fácil” será para um íon sair Nestas células, apesar do
cenário mais complicado, o K+ ainda é o principal íon difusível, uma vez que
tem a maior permeabilidade, e, como está mais concentrado dentro das células,
tende a sair através de seus canais de vazamento da mesma forma que faz nas
células não-excitáveis.

Fases do potencial de ação.
Fonte: Quillfedt, J.
A. 2005
Os insetos compreendem o
maior e mais diverso grupo dentre os animais. Pertencentes a este grupo estão os
mosquitos, alguns destes transmitem
patógenos mortais como parasitas da malária, vírus da dengue entre outros. O mosquito aedes
aegypti, transmissor de doenças como o zika vírus, dengue
e chikungunya, é um dos mais ‘temidos’ pela população humana. É sabido que não se
deve deixar água parada para que não haja fecundação dos ovos deste mosquito e,
consequentemente, uma proliferação desses no ambiente.
As fêmeas deste mosquito é a principal
transmissora desses patógenos (zika vírus, dengue e chikungnya), através de sua
picada.
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O olfato permite aos
insetos detectar, discriminar e reagir diante de uma gama de compostos químicos
emanados por fontes biológicas presentes no ambiente. A importância da olfação
neste grupo pode ser evidenciada pela complexidade das antenas, órgãos dedicados
fundamentalmente à detecção de estímulos olfativos, mecânicos, térmicos ou
hídricos. Além das antenas, os insetos podem detectar odores mediante sensilas
presentes nos palpos maxilares ou labiais. As moléculas de odor são capazes de
desencadear comportamentos de base inata e, também, aqueles desenvolvidos
mediante experiências, como produto de processos de aprendizado.
Os neurônios sensoriais
olfativos desse grupo se encontram dentro das cerdas sensoriais especializadas
chamadas sensilas. Estes neurônios são bipolares com um corpo celular grande de
onde se projetam um dendrito, que se estende dentro da projeção cuticular, e um
axônio que se prolonga pela antena através do nervo antenal, atingindo o
cérebro do inseto.
O mosquito aedes aegypti apresenta aparelho
bucal do tipo sugador picador, formado por uma projeção tubular semi- rígida,
comum em insetos transmissores de doenças (vetores).
Estes insetos utilizam seu aparelho picador
sugador para a captura de sangue em animais recursos alimentares necessários à
sua sobrevivência e desenvolvimento.
Mas como a fêmea do mosquito do aedes
aegypti sabe onde encontrar esses recursos? Ou seja, como sabe onde picar, para
a obtenção do sangue necessário ao seu desenvolvimento?
As fêmeas destes mosquitos, “são muito
espertas” e apresentam um tipo de células excitáveis, uma classe de neurônios
que captam CO2 através de quimiorreceptores.
As células das sensilas olfativas possuem
quimiorreceptores para CO2 e essas células vão produzir um potencial de ação
que vai até a sinapse do neurônio, levando o mosquito à busca de sangue,
geralmente humanos ou animais, utilizado para nutrir os ovos, que são colocados
em água e assim seguir o desenvolvimento de sua prole.
Fontes: 2012,
Marcelo Gustavo Lorenzo & Ana Claudia do Amaral Melo. This
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medium, provided the original author and source are credited.
Eloi S. Garcia, Daniele P.
Castro,Marcela B. Figueiredo, Marcelo S. Gonzalez, Patrícia Azambuja. This
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